terça-feira, 29 de março de 2011


Amar está além de tempo e espaço
Além de beijos e abraços 
Amar é constatar  
Que a mínima existência do ente amado
 É capaz de preencher a alma de gratidão 
Amar é se desculpar por um deslize, 
Por um Pequeno Vacilo, 
Se desculpar por querer amar a todo instante, 
Por querer a presença constante, 
Amar é querer sempre estar, sempre
Amar é externar-se para se interiorizar no ente amado 
Amar é ser cômico e trágico
 Num mesmo instante Amar é sorrir da graça da des-graça 
Amar é não pedir e fazer 
É enlouquecer-se de prazer. 
O amor é aprazível 
É pleno, 
E renovável, 
O amor é impessoal e atemporal. 
É a poesia que não se escreve... 
Se diz apenas num bel momento 
E fica na memória Como experiência tátil. 
Como um sensação jamais alcançavei 
Incomum induplicável. 


Caio Lopes

sábado, 26 de março de 2011


Consoante a um rio é a vida:

Com o tempo,

As margens se deterioram;

o leito se aprofunda.

Dia após dia altera o próprio meio;

muda de rotas.

A terra treme muda de sentido.

E Se renova...



Caio Lopes

O céu se fecha sobre o sol,
Enquanto a luz em seu limiar,
Antagonizava minha imagem,
E como o siímbolo - O qual Existe
somente para Complementar minhas expressões.
Eu simbolizava o Céu escuro e o sol e doravante a chuva...
Em toda sua existencialidade.
Casual?
Inerente...
Caio Lopes

Procuro te olhar agora, mas
Está tudo gélido e escuro.
Talvez, minha visão tenha
Deixado-me.

Grito-te, e no entanto
O eco é o único retorno
Confuso, sinto o calor do teu corpo,
Como se caminhasses ao meu lado.

O gosto doce, o último beijo teu,
É lembramça cadente
Em minha boca quente.
Por onde devo eu seguir?

Nada ouço...
Doravante alguém me responde,
Estava em mim ou podia me ver?

-Tua renúncia é tua glória
A vitória é por demais passado
E se fechar teus olhos me verás (sempre) ao teu lado.


Caio Lopes

terça-feira, 22 de março de 2011


Meus passos são como minhas digitais;
Minhas palavras minha própria sina;
Meus atos uma escolha contínua;
Bom seria se a moda fosse amodal;
Bom seria se o fato não fosse
Apenas um auto-retrato.
Bom seria se minhas fotos
Fossem momentos esquecidos,
Como minhas frases
Minhas palavras soltas,
Posto que não tem memória;
Ou podem ser tidas em glória;
Meus atos se removem em renúncias,
Como tudo...
Meus passos se disfarçam
Me ocultam
Ignoram-vos.
Meus passos
Me renovam.
Contemplo
-São somente passos.



Caio Lopes

Deixe-me ser teu espelho,
Teu reflexo irreprimível,
Completo.
Espelho e nada.
Mal digo nossa inércia
E não lamento
Olhar dia-após-dia
Para os mesmos lados.
É assim quando acordo.
São desejos irremediáveis,
É no interior de mim mesmo
Que tu resides,
É onde estás, onde sempre estarás,
Como a luz que adentra a escuridão.
Venha ao teu espelho,
Venha pois complementa-lhe...
Completo:
-Espelho e nada.



Caio Lopes

Esqueci-me como quem esquece o que não importa;
Deixei-me como quem deixa o que não gosta;
Existi como quando existe a chuva;
Procurei-me como a um tesouro,
A muito perdido;
Mas sempre estive aqui,
Tão longe de qualquer outro lugar...
Que sou eu, então, quando me procuro?
Quem há em meu lugar,
Quando tento existir?
Quem sou eu?
Que me procuro.
Que me esqueci.
Quem sou eu ó dor.



Cáio Lopes.

segunda-feira, 14 de março de 2011


É a força que move o homem tenaz
Que se oculta nas escolhas;
É aquele golpe que perfura o flanco
E sangra o corpo disforme;
É o onde-e-quando sempre mutante
Que me cria e destrói todo instante;
O poeta morto do qual
Publicam-se os escritos vivos
Que mais parecem lobos uivantes;
É a fome, Morte, que preenche
Alguns jarros de barro
Com pele e osso e porventura;
É ouvir o som da sorte
Do acaso individual
Comum a todos que forma o todo.
É perder-se no tempo
Em busca do tempo perdido;
Doar-se a vida como
Se não houvesse a morte.
É se bastar a si mesmo.
E ser um consigo,
Ser sua própria força;
É desvencilhar-se do momento,
E deixar-se perder na temporalidade,
Presente, passado e futuro.
Ser ou estar!
Fugir da própria consciência,
Que se acalenta toda noite,
Junto a tua cama.
É o dervir,
É viver sem proporção,
Cada escolha, cada singular momento,
Entregar-se ao desconhecido,
Como se a morte fosse o prêmio,
E o universo
Aquele espaço-tempo-lugar.
Criado por duas estrelas-irmãs...
E nada mais haveria de necessario.
O tempo...
O tempo...
O tempo...



Lopes, 15.03.2011

Você está na chuva,
No tempo nublado,
Na melancolia,
Na música que toca,
No percurso...
Na noite que ainda
Aarda a chegar...
"Ser ou Estar?
Wish You Were Here

Lopes

domingo, 13 de março de 2011

Naquele que corre
Na selva diária, do cotidiano tripaliarium
Naqueles que morrem diariamente
Nas esquinas e nos bares
Nas bocas, entre outros, em diversos lugares
Há aqueles que acreditam incessantemente, num milagre...
Não creio... É verdade
Mas o ônibus pára... Espera o semáforo.
Numa dessas esquinas... O impessoal coreógrafo,
Olha, persuadido, a insignificância existencial do humanóide
Exposto ao chão, peremptoriamente jogado, por razões próprias,
É claro... Sua tutora no "humilde" gesto baixa-lhe
Seu corpo, se ajoelha,
É cômico o fato: - se ajoelhas, para pedir que se levante.
Fim da história...
A História sem graça durou alguns minutos, do lado de dentro,
Do ônibus...
Um arrepio correu por minhas vértebras, e subiu a
Cabeça... Eu tudo vi, e quis minha morte.
“O que” estava ao chão tinha por volta dos seus 12 anos,
Era "o que" chamamos especial, e aquele instante era
Apenas "seu trivial cotidiano", talvez eu não devesse, mas eu estava lá.
A infeliz que a religiosidade a criou
A infeliz que ia de joelhos, sua mãe,no mais, eu supunha ela ser tão religiosa quanto eu,aceitara tão perfeitamente seu papel social,e seu plano, que sequer acreditaria se eu a dissesse,que a morte é a salvação...engraçada minha observação, mas foi fato, que algo em mim,
Dizia:- mate-se mate-se mate-se
-quis mesmo me matar, mas, minhas faculdades humanas,
me projetaram para um estado indecoroso de sujeição a esta mediocridade
quis mesmo a morte mas vi-me semelhante... Ao sem graça...
de joelhos a queimar,
somos mesmo parte de um todos,
no momento alimentamos às chamas, N'outro seremos fogo...

Lopes 27 de novembro de 2009

No agora

Eu sou apenas um auto-retrato

De um rosto no passado,

Sou um rosto imaginado.

Sou um resto passivo

De um pecador

E agora...

Sou a relação

Entre o medo de Amar e o Amor

Sou a sabedoria da loucura

Um santo pecado

O passado dos que tiveram futuro

Sou o retrato-avesso

Do avesso do teu rosto

No futuro

Sou sempre presente

Intensamente

Sou o distúrbio entre os segundos

Do clarão e o barulho

Para sempre presente

Avesso proeminente.

Alguns erros determinam quem seremos,
Errar é como escolher:
- para cada novo erro há um novo destino que lhe é inerente.
Tudo muda o tempo todo, e sempre somos levados a crer que
A vida é um extenso viver quase que sem fim...
“Fazer aos outros é fazer a si mesmo”
Escolher é como compor uma melodia,
Cada escolha é nota... harmonizada, que ótimo...mas se houver arritmia, não é tão perfeita.
A melodia é sempre conjunção, sempre.
Conjunção de escolhas, de pessoas, de momentos.
É viver intensamente cada partícula de existência,
Cada momento simples e supérfluo,
Cada deslize e cada lágrima,
Compartilhar as glórias, apreciar os louros...Valorizar as derrotas.Não podemos temer,
“Antes morrer a odiar e temer e antes morrer duas vezes que se deixar odiar e temer”
Valorize teu sofrimento, é ele o fruto da unicidade, da singularidade...Valorize tua própria singularidade,
Ela é o determinante factual...
Força, dinâmica, volatilidade, resiliência...
O viver é tão propenso a variabilidade das vivências pessoais;
Que não nos atemos a pensar que nada existe, quiçá...
O dia-a-dia...
Vós sois somente um homem,
Pois fazem apenas o que homens fazem,
Quem faz mais deixa de sê-lo.
Façais...
Faremos, no agora, pois tudo é o presente.
Existimos somente no agora, no hoje,
Não há o que se falar de um futuro
Que ainda não chegou,
Faze agora, escolha o momento e escolha seu futuro,
Teu sofrimento, meu sofrimento tudo foi escolha,
Vivendo ou não com a certeza de que somos culpados,
Pelo nosso destino,
Temos que sentir...
Sentir o mundo a nossa volta, sentir a vida.
“feliz do homem que foi posto a prova, pois este achou a vida”
Feliz do homem que errou, pois este valorizou a sua memória.
Tudo passa é verdade, mas no instante zero, na hora derradeira.
Na guinada das guinadas na batida das batidas
Naquele segundo...
A vida é aquele turbilhão de existência que se define...
Coisas pessoas sensações emoções lágrimas lembranças.
Posso não ser hoje, o homem mais correto e o mais digno,
Posso hoje não ser tão confiável para vocês...
Mas da alma humana eu sei melhor que vós,
O que eu busco quando ele sofre,
O que eu busco quando eu sofro...
Fatídica é minha percepção de erro e mudança,
De valorização e sofrimento,
De generosidade e egoísmo.
Acaso não houver um futuro para nós,
Lembra-te que sois bem mais que um erro.
E fica com tuas escolhas como parte do teu corpo,
Meu momento agora é superior a um outro que tu provarás.
Mas disso não há glória...
Minha hora derradeira virá,
Assim como a tua...
Um passado, mormente estará contigo,
E eu estarei lá...
“Já te modifiquei, já estou modificado;
Faço parte do teu presente
E se no futuro ainda estiver contigo,
O nosso existir nos definirá como nossa semelhança.