domingo, 13 de março de 2011

Naquele que corre
Na selva diária, do cotidiano tripaliarium
Naqueles que morrem diariamente
Nas esquinas e nos bares
Nas bocas, entre outros, em diversos lugares
Há aqueles que acreditam incessantemente, num milagre...
Não creio... É verdade
Mas o ônibus pára... Espera o semáforo.
Numa dessas esquinas... O impessoal coreógrafo,
Olha, persuadido, a insignificância existencial do humanóide
Exposto ao chão, peremptoriamente jogado, por razões próprias,
É claro... Sua tutora no "humilde" gesto baixa-lhe
Seu corpo, se ajoelha,
É cômico o fato: - se ajoelhas, para pedir que se levante.
Fim da história...
A História sem graça durou alguns minutos, do lado de dentro,
Do ônibus...
Um arrepio correu por minhas vértebras, e subiu a
Cabeça... Eu tudo vi, e quis minha morte.
“O que” estava ao chão tinha por volta dos seus 12 anos,
Era "o que" chamamos especial, e aquele instante era
Apenas "seu trivial cotidiano", talvez eu não devesse, mas eu estava lá.
A infeliz que a religiosidade a criou
A infeliz que ia de joelhos, sua mãe,no mais, eu supunha ela ser tão religiosa quanto eu,aceitara tão perfeitamente seu papel social,e seu plano, que sequer acreditaria se eu a dissesse,que a morte é a salvação...engraçada minha observação, mas foi fato, que algo em mim,
Dizia:- mate-se mate-se mate-se
-quis mesmo me matar, mas, minhas faculdades humanas,
me projetaram para um estado indecoroso de sujeição a esta mediocridade
quis mesmo a morte mas vi-me semelhante... Ao sem graça...
de joelhos a queimar,
somos mesmo parte de um todos,
no momento alimentamos às chamas, N'outro seremos fogo...

Lopes 27 de novembro de 2009

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