sábado, 30 de abril de 2011

O tempo se esvai descontínuo, vagaroso
Pequenas guinadas instantâneas e momentâneas
Nos roubam as horas, as manhãs, os dias e noites.
A vida se esvai em passadas lentas, em mudanças cíclicas,
Em instantes únicos, repetidamente vividos.

É o corpo que se molda....
A face que se enrijece,
As lembranças que se amontoam,
As escolhas que se rarefazem,
A alma já não se atormenta.

O belo que passa despercebido,
A música que já não tem mais sentido.
A voz do amor do passado
Que está agora casado
É apenas memória

O fim de tarde sublime de outrora,
É fumaça turva agora;
A solidão ocupa o peito,
A existência cintila parvamente,
O sol se põe novamente.

Doravante renasce, vigoroso,
Porém mais uma vela sua se apaga.
A praia estésica é apenas imagem impressa,
No porta-retratos na estante.

A aurora é miragem
O crepúsculo nada além de paisagem
Os segundos se esvaem,
Os dias se esvaem

A vida se esvai
É o tempo...
Descontínuo,
"Pois o tempo é tudo o que somos"


Caio Lopes
28.04.2011
00:07 hs

sexta-feira, 22 de abril de 2011



Oh, minha bela
Que lábios delicadamente deliciosos são os teus,
Tua pele branda é um veludo primoroso que me encanta...
Os longos cabelos teus, me envolvem, como a própria sorte;
Como se me fosse reservado o destino, de contigo poder estar;
Que desenho fabuloso tem teu corpo...
Como se possível, me resta crer que fora esculpido,
Posto que nos unimos perfeitamente...
Será o acaso?
Ou o destino nitidamente ajustado...
Oh, minha princesa Sinto a paixão emanar de ti,
Sinto o amor aflorar em teu seio,
Que sejas vontade tudo o que sinto,
Pois não somente te quero,
Mas te procuro e te espero,
Pois é tua essa vontade destemida,
Esse ânimo romântico...
Que uns poucos humanos hão de sentir...



Caio Lopes
05.11.2010

Sinto meu coração entre meus dedos,
Fecho meus olhos
Deixo a chuva cair em meu rosto.
Você está me olhando
Está fazendo um buraco em mim.
Quem se importa
Não pare, deixe a chuva cair.
Por que não deixar o céu tocar o chão?
Por que não?
A noite queima...
Mas tudo está tão gélido e solitário...
Olhe dentre as pequenas coisas - a menor
- Aqui estou.
Quem se importa se as facas da cozinha
Não são minhas amigas.



Caio Lopes
03.11.2006


À noite
O vento frio que nos toca
Preenche de desejo
Os corpos que se buscam.

À noite
Se encontram
Como luz e escuridão
Dilaceram-se e completam-se

Criam-se, complementam-se
Existem
E sob a luz da lua

Contemplam-se
Desafiando o tempo
Está a amahecer

Existindo como lobos
Predadores um do outro
Está a amanhecer

Rebuscando a escuridão
Inerente a cada ser

Existindo no instante
Em que se buscam
E se completam.



Caio Lopes
30.05.2008

quinta-feira, 21 de abril de 2011


Que meus olhos sejam teus cúmplices
Nesta intensa viagem ao teu íntimo
Que tu sejas crepúsculo
E eu Arrebol

Pois o que tu guardas, teus olhos
Carinhosamente dizem
E a suavidade das tuas palavras
Expressam a generosidade de tua persona.

Que a realidade não enrijeça os sentimentos
Que te afagam o coração
Pois, senão o amor, o que é mais belo

As rosas que não amam
Porquê ao homem não é dada
Compreensão para entender a alma da mulher.

Mas um coração para amá-la.




Caio Lopes