domingo, 17 de abril de 2011

“Tire seu sorriso do caminho que eu quero passar com minha dor”
A verdade é que não há verdade alguma,

São uns poucos momentos incoesos que de alguma forma nos definem.

Nada alterará o que ocorre escondido nas labutas dos que sobrevivem em meio à selva cotidiana.

O real o trivial o banal são estados de percepção própria de cada um.

Mas e quando eu sou um alguém em transformação o que é minha percepção?

O imago – acho que esse sou eu agora – fechado num corpo que faz parte de mim, que se formou a minha volta.

Não para que eu me esconda, não para que não mais eu viva, mas para que eu seja um novo, tenha novos olhos.

Novos motivos novos anseios, novas escolhas, novos desejos...

Nuc nihil sub sole, serei um que já é ou um que já foi...

Não serei um novo ser, pois sou demasiadamente humano...

Mas serei eu de novo, novas estruturas, não é disso que se compõem os seres?

Minha formatação não me pertence, talvez seja o que mais me impõe a pensar a escrever a fazer a agir, ou seja, o que faço advêm de momentos passados definidos ao longo de anos por outros – o meio.

Meu nome não é meu, meu corpo é geneticamente influenciado, minha mente herdada pela evolução das espécies...

O que sou? Não sou!
Seria possível não existir quando se pensa, quando se está, quando agimos, o que é existir verdadeiramente...

O que é existir?

Talvez exerça minha existência questionando-nos, mas como diria Camus, o homem é o único ser com sentido, pois é o único que reclama um sentido.

Sim, agora sim, tenho que apagar as luzes, correr no escuro com um propósito em mente, mas, sem amarras, sem possibilidades de ser retido por não está só no momento derradeiro, agora meus caros não há ninguém aqui; sou eu contra minha formação, quer seja, eu contra mim mesmo...

Vincit, qui si vincit.



Caio Lopes às 09h15min PM
27.11.2010

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