sábado, 28 de maio de 2011


É terno o romance contado quando vivido incondicionalmente;
É uma escolha que supera o tempo presente ou passado;
É uma força delicada que supre internamente,
Muitos que querem não amam...
Muitos que amam não o querem.
Nem sempre há escolha é verdade.
É imensamente raro...
Percebe-se tão pleno.
Trilho alguns passos.
Só...
Solo...
Cá está minha metade.


Caio Lopes

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Meu corpo está cansado,
Minha mente atormentada,
Minha vontade é de estar contigo,
Quero teu seio
Teu suave beijo
Quero deitar-me contigo
Sem nada a fazer,
Quero dormir e acordar ao teu lado,
Sentindo teu cheiro
Teu calor específico
Quero chorar em teus braços
Mostrar-me sensível
Quero morrer e renascer
Quero obliterar-me, obliterar,
O poeta quer colo
Quer devotar suas lágrimas
O poeta não quer fingir hoje
Não quer fugir do agora.


Caio Lopes

terça-feira, 24 de maio de 2011


Chega de gritos e tapas
E de palavras ásperas
Chega de olhos vermelhos
De raiva e de calmantes
Tudo agora é abstrato e discrepante
Não tem sentido
Chega...
Não quero mais esse cinismo
Essa falácia
Não é esse o meu nome
Chega de coleiras e correntes
Chega de lágrimas
Não é essa a minha chaga
Chega de olhar pr’o teto
Ou para a parede em branco.
Chega de descontínuo
De cobranças infundadas
Chega de ilhas
De egos
Chega de quereres vaidosos
Chega de palavras vazias
E de vasos quebrados
Chega de falar o santo nome em vão
Chega de concessões, de cópias
De abortos de vontades
Já são tantas as crianças mortas
Não pinte as paredes do meu quarto
Com essa tinta fraca e com teus atos
Chega de repudia ao desconhecido
Chega de acusações
Chega de moedas falsas
Chega de decidir o futuro
Chega de duplicar-se
Em outras faces
Chega de solidez
Chega de outras casas
E de ciclo de vespas e farpas
Chega de ser pontiaguda
Chega de cortes expostos
Chega de matizes
Chega de pré-concepções
Chega de monólogos e encenações
Chega de interpretações unilaterais
Não quero ser extensão
De seus fracassos e glórias
Chega de fingir que está tudo bem
Chega de querer ser a Vox dei
Pare de escolher a imagem
Do meu espelho
Chega...
Chega senhora!
E se aconchega.
“porque meu jugo é suave
E meu fardo é leve”


Caio Lopes
24.05.2011
21hs24min

sábado, 21 de maio de 2011

Meta...

De olhos fechados

Corpo inclinado na fachada

Ocultando-se na noite fria e repressiva

Que se ocupa das labutas

Dos espaços entre as ruas

Na fachada

À noite

Na noite que se oculta

Em minha vazia sanidade

Ouvindo somente os ecos

Inclinado

Eu predador da minha finalidade

Vou ecoar agora da fachada

E compor o todo

“o som do silêncio”

A gravidade

A rigidez do solo

A finitude dos desejos e medos

A solidão do solo do solista solitário.

A extasiante: átimo derradeiro

Sem mais pós-instantes.

Eu voarei com os pássaros

E serei chuva.

-Dois passos...

Caio Lopes

21.05.2011

Às 16h45min




Você é

Você já nasce sendo
Assim como os pássaros
Ou as arvorés e o céu...
Os pássaros quando batem asas.
As árvores quando dão frutos

E o céu quando chove.
É tudo condição.



03.11.2006

Cáio Lopes

domingo, 1 de maio de 2011


O poeta apaixonado escreve inspirado
Seja pela noite,
Seja pela lua,
Seja pela chuva.

A alma do poeta chora,
Sua face sorri
E quem sente é a folha,
A pessoa do outro lado.

A poesia é inconstante
E o poeta construtor
De eternidades
De pós-instantes.


Caio Lopes
04.2011