quinta-feira, 16 de junho de 2011



Do semblante perverso
Do monstro putrefado
Caem vociferando-se, lágrimas
Que saem em doloroso silêncio

São as estigmatas que lhe romperam
O cerne nojento e se alojaram
Na mais profunda fagulha
Daquele corpo vil e asqueroso

Açoitando-lhe e pondo-o a gemer
Já não lhe bastasse as coleiras
As correntes, as chicotadas
Com calcário cicatrizadas

Já não lhe bastasse
A consciência própria
Imolando a sorte
Desejar a própria morte;

- Contenham o mostro
É para lhe salvar de todo mal
De todo o mal...

E o monstro em seu imo
Põe-se em chamas
E regozija-se em autocriações

Ainda é alma
O que retorna a fonte...
Ainda é homem o monstro...
Ainda é sofrimento.


15.06.2011
Caio Lopes

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