domingo, 17 de julho de 2011


Todo um pouco que com amor é dado, é muito.
Todo sorriso, sincero, de algum modo é um afago;
Todo amor, mesmo diverso ao comum ou incorreto;
É uma abstração sentimental,
Uma singular ocasião:
Em que somos tenazmente golpeados pelos sentidos,
Como se a vida ocupasse cada espacinho em nosso íntimo,
Deuses-mortais... Transmutamo-nos.
Constantemente impróprio e inoportuno,
e já a priori roga a renúncia,
Não pede e adentra, bate a porta seguidamente...
Lança-se subitamente na profundidade do anseio,
Materializa-se na intrépida carne em que cultiva o desejo,
Manifesta-se, insubmisso, corpóreo ou mentalmente;
Inconcluso, procura sua metade,
Personifica-se;
Doa ao hospedeiro sua identidade,
Emana os ecos da sua procura...
E quando encontra se coaduna.
Então jaz,
Em quem ama, em quem é amado.
Oh Amor!
Qu’és tão nobre,
Aperfeiçoais o homem,
Sejas dele carrasco,
Façais o homem, humano,
Oh Amor!
Qu’és tão nobre,
Façais o homem, humano!
Façais O homem.



Caio Lopes