segunda-feira, 21 de novembro de 2011


Então o luar se fez rubro como sangue
O fio tênue da lua cadente
Se pôs, decerto, como de fato, destino
O passageiro percorre ainda sua sorte
Mesmo consciente
De que seu destino é a morte
Seu propósito é a passagem
Sua caminhada é apenas o meio,
O espaço percorrido,
Domando o estar
Os onde-quandos
Que sempre precedem os instantes
Não é preciso mais que a voz
Ou a vontade
Pois, o devaneio é pensar
Por quê somos.




Caio Lopes
28.10.2011

quarta-feira, 16 de novembro de 2011


É madrugada agora,
E escrever é a unica libertação de carmas
Que eu conheço e que comigo funciona.
Ja notei que são definitivamente confusos
Os meus "eus" passados,
E que eles se regozijam,
Como quem perde o ar lentamente.
É pois, por isso, que re-ver
É ter comigo um denovo instante cosmológico
Uma fagulha que se propõe a sacudir o universo.
Há em meus poemas algo que eu sou
E isso se escondeu de mim.
Eu sei,
Eu sei.



Caio Lopes
Alguma madrugada

Um sol a nascer,
Nuvens se dispersam...
A lua oculta seu esplendor,
Ignorando a existÊncia
Que a observa aquiescentemente
Por toda a noite que já se foi...
Do som, angra chora as estrelas...
As vozes dos pássaros
Ecoam em meio a abruptação
E a rigidez da alienação do mundo,
Que já há muito nada vê...
Sei que mais um dia amanhece,
E por final, sei que escrevo
À direção que palpita
Minhas espásmicas emoções...
Pelo que vejo, amanheço,
E cá estou para te dizer:
Vejo-te...
Para dizer:
Amo-te...
Misterioso...
Amar.


Caio Lopes
13.11.2011 às 05:48